domingo, 6 de abril de 2014

FERROVIÁRIO ESPORTE CLUBE: A BOLA NOS TRILHOS DA HISTÓRIA*

   Às vésperas de mais uma edição da Copa do Mundo de futebol, as cidades de Porto União (SC) União da Vitória (PR), que um dia foram uma só (ecos da Guerra do Contestado), se preparam para as festividades comemorativas do septuagésimo aniversário do Ferroviário Esporte Clube (fundado em 1º de maio de 1944) e também, do cinquentenário da maior conquista futebolística de um clube da região, a Taça Paraná, organizada até os dias atuais, pela Federação Paranaense de Futebol, façanha realizada pelo Ferroviário em 1964.
   Fundado pelos trabalhadores da linha férrea, que chegaram á região nos primeiros anos do século XX, o clube foi um importante espaço de sociabilidade e de inserção dos funcionários da ferrovia na sociedade local.
  Com partidas memoráveis em seu estádio próprio, o Enéas de Queiroz, na Vila Ferroviária, no coração da cidade, o Ferroviário era quase imbatível na presença de sua grande torcida, que lotava as arquibancadas em cada partida.
   Com a decadência e posterior sucateamento da Rede Ferroviária o clube perdeu a ajuda da mesma e as contribuições dos associados cada vez mais foram rareando, restando somente um passado repleto de glórias, lembranças e saudades na memória dos que viveram o apogeu do clube e do transporte ferroviário local.
   O Ferroviário Esporte Clube ainda resiste ao tempo graças a abnegados ex-funcionários da ferrovia, que insistem em não deixarem morrer a história futebolística, ferroviária e a sua própria história.
   O estádio Enéas de Queiroz não recebe mais jogos, assim como a velha locomotiva “Paulistinha 310” repousa na ainda imponente “Estação União”, como marcas de um tempo que só voltará nas lembranças de quem viveu o passado ou pelas mãos de historiadores.
 
* Fragmento de trabalho de monografia para conclusão do Curso de Especialização "Lato Senso" em História: Cultura, Memória e Patrimônio, da Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR, Campus de União da Vitória (2014) e publicado no site NetHistória, disponível em: http://www.nethistoria.com.br/blog/aristides/a-bola-nos-trilhos-da-historia/
 
Para Saber Mais:
AGOSTINO, Gilberto. Vencer ou morrer – futebol, geopolítica e identidade nacional. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2002.
BACH, Arnoldo Monteiro. Trens. Ponta Grossa: Edição do autor, 2008.
BUCHMANN, Ernani. Quando o Futebol Andava de Trem: Memória dos times ferroviários brasileiros. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002.
GASPARI, Leni Trentin. No Tempo dos Trens nas “Gêmeas do Iguaçu”: Uma viagem ao passado. União da Vitória: FAFI, 2008.
PARDO, Aristides Leo. No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes. São Paulo: Agbook, 2010.
SILVA, Cleto da. Apontamentos Históricos de União da Vitória 1768-1933. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006.
TENÓRIO, Douglas Apprato. Capitalismo e Ferrovias no Brasil. Curitiba: HD Livros, 1996.
VOITC, Guilherme. O Futebol no trilho do trem. Gazeta do Povo. Curitiba 03/01/2009. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=843476&tit=O-futebol-no-trilho-do-trem . Acessado em 13-12-2012
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário