terça-feira, 12 de maio de 2015

YPIRANGA ESPORTE CLUBE: O CAMPEÃO DE 1940



Fundado por um grupo de amigos da cidade de São Francisco do Sul, mais preocupados em jogar futebol do que disputar campeonatos oficiais, o Ypiranga Esporte Clube nasceu no dia 29 e julho do ano de 1924, com as cores amarela e verde, e teve sua primeira praça de esportes na esquina das ruas Cel. Carvalho com Ypiranga, daí o nome da agremiação. Alguns anos mais tarde, as arquibancadas foram construídas e assim, o local passou a ser denominado de “Estádio Coronel Carvalho”, em homenagem ao antigo proprietário do terreno.




Esta propriedade foi vendida algumas décadas depois e a diretoria se viu obrigada a encontrar outro espaço para a construção de seu campo e assim, nasceu o estádio da Rua Dez de Dezembro, que ainda se mantém no mesmo local e é palco para escolhinhas de futebol e partidas entre veteranos.



O clube adentrou no âmbito profissional do futebol catarinense na década de 1930 e seu maior feito foi erguer o título estadual de 1940, ao vencer o tradicional Avaí, de Florianópolis, pelo placar de um a zero. As atividades profissionais foram deixadas de lado nos anos de 1970 e o clube ainda sobrevive no amadorismo até os dias atuais, com escolinhas, torneios, entre outras atividades sociais ou cessão de espaço para eventos.





segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (11) CAMPOS ATLÉTICO ASSOCIAÇÃO - O ROXINHO DA COROA



  O Campos Athletic Association foi fundado na residência de Ângelo de Carvalho, no bairro do Caju, junto com seu genro, Wanderley Barreto (este eleito o primeiro presidente do clube), Fernando Alberto Muri, Jorge Muniz Filho, Victor Arezo, Carivaldino Carvalho, Onizio Silva, Antonio Augusto de Carvalho, Francisco Augusto de Carvalho, Floriano Peixoto, Lincol Silva, Rotichild de Castro e Alvino Silva, no dia 26 de outubro de 1912.

  Após juntarem algum dinheiro, Wanderley ficou incumbido de viajar até ao Rio de Janeiro para fazer a aquisição dos materiais para o novo clube, como bolas, bomba de ar para encher a mesma e ainda, um livrinho com as regras do jogo, já que a maioria não as conhecia por completo.



  O Campos Atlético rompeu barreiras ao abrir suas portas a todos que quisessem participar da equipe, independentemente de sua cor ou classe social e, dessa forma, junto com o Goytacaz, se diferenciavam dos demais clubes da cidade, de caráter elitista. As cores escolhidas para representar o clube, foi o preto, representando a raça negra e o roxo, simbolizando o mulato.
  
  Primeiramente, o clube utilizou o campo do Queimado para disputar as partidas até conseguir alugar um terreno para fazer seu campo, na localidade da “Coroa”, no bairro do Caju, fato este que levou o clube a ganhar as alcunhas de “Roxinho da Coroa” ou “Leão da Coroa”. Tempos depois, o clube conseguiu um terreno na Avenida Alberto Torres, doado pela Câmara de Vereadores, onde ergueu sua sede administrativa e social, assim como, seu estádio, batizado de Ângelo de Carvalho, em homenagem ao fundador e mentor da agremiação.

  Durante muito tempo a sede do Campos A. A. ficaria sendo a casa de Ângelo de Carvalho, perto do campo da Rocha Leão, onde se fazia as reuniões e as festas de comemorações por mais uma vitória do time. O dono da casa, apesar de poucos recursos (era ferreiro e tinha uma pequena oficina ao lado de casa), gostava das freqüentes festas em sua residência. Certa vez o time do Mangueira, da segunda divisão do Rio, veio jogar aqui contra o Campos e houve uma grande festa na casa de Ângelo, onde até o quintal fora iluminado (coisa fora do costume da época). No dia seguinte da partida vencida pelo “roxinho”, nova festança.

 Em meados da década de 1970 o clube entrou em decadência e foi assumido por um grupo de empresários, que tinham como objetivo principal, elevar o clube a outro patamar no futebol do Estado. Para a promoção desta nova fase, que acabou não dando certo, estiveram na cidade a melhor equipe de futebol do Brasil daquele momento, a Sociedade Esportiva Palmeiras, (que era então o campeão paulista, bicampeão brasileiro e tinha seis jogadores da seleção brasileira que haviam disputado a Copa do Mundo na Alemanha em 1974), além do Vasco da Gama, para a disputa de jogos amistosos. Reforçando a equipe campista dois atletas foram contratados a peso de ouro, Brito, titular da seleção brasileira que se sagrou tricampeã mundial no México em 1970, e Afonsinho, polêmico jogador que revolucionou a relação jogador / dirigente.


  O Campos levantou o caneco de campeão campista nos anos de 1918, 1924, 1932, 1956, 1976, sendo esta última conquista, já sem as participações de Americano e Goytacaz, que foram disputar o campeonato do novo estado originado da fusão entre a Guanabara e o Estado do Rio. O clube ainda venceu um torneio quadrangular realizado com o intuito de ajudar a preparar o Americano para o Campeonato Brasileiro de 1975 e que contava também, com as presenças de Rio Branco e Madureira, do Rio de Janeiro.

  Passados seu centenário, o Clube mantém sua parte social, com destaque para suas piscinas, e no ano de 2015 voltará aparticipar de competições oficiais, retornando aos gramados para disputar a terceira divisão do futebol do estado e assim, poder voltar aos seus tempos de glórias, pois o Campos, mesmo nunca tendo sido um clube de grandes posses financeiras, se transformou em um dos principais times da cidade e conta com a simpatia de torcedores de outros clubes.



  Sobre a história centenária do clube, o jornalista Wesley Machado escreveu “Saudosas Pelejas: A História Centenária do Campos Athletic Association”, um livro  em que narra fatos importantes da gloriosa história, além de depoimentos de atletas, dirigentes e torcedores sobre o querido “Roxinho da Coroa”. 




* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).

quinta-feira, 10 de julho de 2014

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (10) PARAÍSO FUTEBOL CLUBE – TÓCOS TAMBÉM TEM HISTÓRIA



   Dos clubes oriundos de usinas, o Paraíso é considerado o mais antigo, apesar de que o São João ter sido fundado 23 dias antes, mas não disputava campeonatos oficiais. O Paraíso Futebol Clube foi fundado em 17 de julho de 1917 por Domingos Monteiro, Amaro Monteiro, Helvécio Peixoto, Ezequiel Manhães, José Manhães da Silva, Manoel Monteiro e Miguel Rinaldi (este escolhido para ser o primeiro presidente do clube), funcionários da usina Paraíso, no distrito de Tocos, distante 21 km do centro de Campos.

   O Paraíso jogou até o ano de 1951, torneios de menor importância, promovidos pela Liga Campista de Desportos, passando somente neste ano a participar do campeonato campista.
Seu estádio, erguido em propriedades pertencentes à Usina Paraíso se chamava Roberto Codray, mas teve o seu nome alterado mais tarde para Benedito Silveira Coutinho, um dos sócios da empresa e que junto com o Sr. Osvaldo Gomes foram incansáveis na luta em prol do clube.

   Com medidas oficiais, o Estádio possui três vestiários azulejados, com acesso subterrâneo ao campo, cabines de rádio, dormitório para jogadores e uma pequena tribuna de honra, onde a cúpula da usina assistia aos grandes jogos, recebendo ali seus convidados.

   A inauguração da praça de esportes, deu-se em 17 de agosto de 1958 em um jogo visto por mais de mil pessoas (a maioria parentes de jogadores e funcionários da usina), entre a equipe do Paraíso e o Goytacaz, valendo pelo campeonato campista daquele ano, e o time da casa venceu pelo placar de 1 x  0, tendo acontecido após a partida uma grande festa da “família toquense”, que alegrou desde a casa grande da usina até a residência mais humilde.
Pelo Paraíso passaram craques do quilate de Manoel Monteiro, Edir, Lulu, Carioca, Helvécio, Osmário Soares, Niniu, Baú, Nilo, Diniz, Cidoreco, Devaldo, entre outros.

   Apesar de não ter conquistado nenhum título de expressão, somente o torneio Otávio Pinto Guimarães, em 14 de novembro de 1975, quando participou junto com Cambaíba, Rio Branco e Goytacaz, e ter ficado por duas vezes com o vice-campeonato campista (1958 e 1976), o clube de Tocos sempre contou com fortes equipes.

   Deixaram marcados os seus nomes na história do Paraíso os presidentes Miguel Rinaldi, 
Demerval Pacheco, Manoel Porfírio Soares, Amadeu Correa, José Manhães, Anacleto de Souza Ferreira, Liberato Nunes, Jorge Rodrigues do Nascimento, Amaro Balthazar Filho e Amaro Martins de Oliveira. 


   O clube ainda resiste ao tempo, apenas como clube amador, porém, filiado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, o que permite sonhar em retornar aos campeonatos profissionais. Recebe irrestrito apoio da Usina Paraíso, que permanece nas mãos da família Coutinho, sendo dirigida por Geraldo S. Coutinho, filho de Benedito, cujo nome batiza o estádio e por seu filho André H. Coutinho, que é o presidente do clube.

* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).


quinta-feira, 26 de junho de 2014

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (09) ITATIAIA A.C. - O CLUBE DA SERRA




Oriundo de uma dissidência do Clube Esportivo Rio Branco, o Itatiaia foi fundado em 29 de janeiro de 1931, por Hélvio Bacelar, Ângelo de Queiroz, Herval Bacelar, Chaquib Bichara, Adir Nascife, Luís Reis Nunes e João Laurindo, suas cores eram vermelho, azul e branco.  O clube foi apelidado de “Clube da serra”, por causa de seu nome ser o mesmo de uma cidade da região serrana do Estado do Rio. 

Teve sua sede no prédio da firma “Aos 12 Bilhares”, na Rua Direita, hoje Boulevard Francisco de Paula Carneiro e foi, também, um dos pioneiros do basquetebol na cidade, teve seu campo no início da Rua do Gás que, posteriormente, seria utilizado pelo Goytacaz..

Conquistou o Torneio Início em 1937, no campo do Industrial, na Lapa; e de suas fileiras saiu o jogador Cliveraldo que, por muito tempo foi titular do Clube de Regatas do Flamengo. O clube encerrou suas atividades após uma derrota histórica, pelo elástico placar 17 x 0 para o Americano e ainda um incêndio em sua sede, durante a realização de um baile.





* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes. (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (08) - SPORT CLUB ALIANÇA: O SHOW DO GRANDE TRI-CAMPEÃO*




Na Usina do Queimado, que hoje integra a área urbana da cidade de Campos dos Goytacazes, interior fluminense, mas que já foi considerada zona rural, pois se localiza há três quilômetros do centro, um grupo de funcionários que sempre se reuniam nas horas de folga para jogarem futebol, nasceu à idéia de se formar um clube, para se filiar à Liga Campista de Desportos e assim, a equipe local se fazer presente nos campeonatos promovidos por essa entidade.

Liderados por Laudelino Batista e Antônio da Silva Sá, que respectivamente foram os primeiros presidente e vice do clube, procuraram os irmãos Julião e Inácio Nogueira, proprietários da usina e grandes admiradores dos esportes em geral, que aprovaram a iniciativa, e não só autorizaram a criação do time, como também colaboraram em muito para o seu desenvolvimento.




Em reunião secretariada pelo jornalista e maestro Prisco de Almeida, ocorrida no pátio da usina, no dia 24 de abril de 1932, data oficial de fundação do clube, ficou definido que o clube se chamaria Sport Club Aliança (apesar do mesmo nome, não pode ser confundido com o Aliança Futebol Clube, o segundo clube fundado na cidade de Campos, em 1912) e as cores foram inspiradas no ambiente que os cercavam: o verde dos canaviais e o branco do açúcar.

A primeira partida do Aliança foi disputada no mesmo dia de sua fundação o adversário foi o Industrial. A partida terminou empatada em 1 a 1 e aconteceu no antigo campo do Goytacaz, quando o mesmo ainda ficava no bairro da Lapa.

Contando com um bom complexo esportivo, composto por dois campos de futebol, quadras de vôlei, basquete e tênis, o Aliança, alcançou o seu apogeu com apenas cinco anos de existência, quando conquistou o tri-campeonato campista nos anos de 1937/38/39 e, logo depois, também de forma meteórica, desapareceu, não chegando a era do futebol profissional de Campos.

Apesar de seus poucos anos de vida, o Aliança foi uma das forças futebolísticas da cidade em sua época, sendo até difícil de imaginar como uma equipe vitoriosa e com o suporte de uma empresa como a Usina do Queimado, na fase áurea da cana de açúcar, tenha desaparecido tão precocemente.





Vários jogadores de destaque tiveram passagem pelo clube, nomes como: Cláudio, Carbono, Lessa, Vicente, Rebite, Irineu, Evaldo Freitas, entre outros. Foi também de seus quadros, que saiu o grande jogador Lelé, titular absoluto do Vasco da Gama, que na década de 40, conquistou vários títulos, entre eles o campeonato sul americano de 1946 e entrou para a história conhecido como o “Expresso da Vitória”.




Hoje o local já não apresenta mais as paisagens dos vastos canaviais de outrora, que perderam espaço para a construção de novos bairros, em nome do progresso, do desenvolvimento e da ganância dos homens. Mas o prédio da velha usina, inaugurada em seis de agosto de 1880, ainda permanece de pé, imponente, apesar de há muito desativado, tendo seu espaço físico usado, eventualmente, como casa de shows e boate, mas ainda marca na memória de muitos, que viveram os anos dourados do futebol de Campos, uma época que não volta mais.




* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (07) ESPORTE CLUBE SÃO JOSÉ - O PRIMEIRO CAMPEÃO DO PROFISSIONALISMO




 
   O Esporte Clube São José foi, juntamente com o Sapucaia, o time de usina com mais destaque no cenário futebolístico de Campos, fundado por trabalhadores da Usina São José, do Distrito de Goytacazes, que se localiza à 11 km do centro da cidade, em 28 de janeiro de 1938.

   A sua primeira diretoria foi composta por Álvaro Barcelos Coutinho (presidente), Adahyl Bastos Tavares (vice-presidente), Antônio Ribeiro do Rosário, Cleveland Cardoso (1º secretário), José Antônio de Carvalho (2º secretário), Francisco Azevedo (1º tesoureiro), Thieres Gomes de Azevedo (2º tesoureiro), Aluísio Maciel (diretor de esportes), Antônio Pereira Nunes (orador).

    O time jogou como equipe avulsa, isto é, time não filiado à liga e que participava apenas de torneios locais até 1944, quando fez sua inscrição na LCD, iniciando aí suas atividades nos campeonatos oficiais organizados pela entidade.

   Contando com grande apoio do Sr. Gonçalo Vasconcelos, um dos sócios da usina na época, que cedeu um amplo terreno para a construção da sede social, do campo e de demais dependências, como quadras de tênis, vôlei, basquete e piscina. Além das atividades esportivas, o clube se destacava na área social com a realização de animadas festas e grandes bailes. Diante de toda esta excelente estrutura o clube ganhou o apelido de Colosso ou Milionários de Goytacazes.

   O campo foi batizado de Estádio da Vitória e sua inauguração se deu no dia 8 de maio de 1945, coincidente com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Período difícil aquele superado pelo clube que, aliás, adotou essa data como a oficial da fundação do clube.

   O campeonato perdido para o Rio Branco em 1948 mexeu com o emocional de todos, já que o time da baixada contava com a melhor equipe daquela época e por isso afetou o rendimento do São José nos campeonatos seguintes, pois visivelmente não rendeu o que todos sabiam que o time poderia render.

   Em 1952, no primeiro campeonato campista oficialmente profissional, o time mais maduro e com alguns reforços foi para a decisão contra o mesmo Rio Branco, algoz de 48, o jogo foi realizado no campo do rival na Avenida Sete e encarado como uma verdadeira revanche, mas dessa vez o título foi para o clube da baixada, com uma vitória de 4 x 2, o que extasiou jogadores dirigentes e torcedores do São José, que com o título inédito enfim consolidado promoveu grandes festejos, começando por um desfile de carros de boi no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, fato nunca antes visto no centro da cidade.

   A equipe que levantou o título de 52 era formada por Waltinho, Custódio e Altivino. Hugo, Ilmo e Geraldo. Basílio, Orlando, Heraldo II, Amaro Barbosa e Soares.
 
 
 

   Passaram pela presidência do clube nomes como o de Álvaro Barbosa Coutinho, Itamar Almirante Dias, Saturnino Monteiro Filho, Cid Pinto de Andrade, Ary Bráulio Machado, José Gonçalves e Silva, Heraldo Monteiro da Mota, João Antônio Pessanha, Norberto Siqueira Barreto. 

    Pelo São José se apresentaram inúmeros craques, com destaque para Tom Mix, Bóia, Chico, Odílio, Índio, Hugo Soares, Santana, Ailton, Aires, César entre muitos outros.

    Depois de algum tempo desativada a usina São José retomou parte de suas atividades como uma cooperativa, financiada pelo FUNDECAM (Fundo de Desenvolvimento de Campos) e o time ainda existe e é uma das forças do futebol amador da cidade, mas não tem mais qualquer vínculo com a usina, que inclusive não permite mais os jogos do clube em seu antigo campo, que é propriedade da usina.

* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (06) G. R. S. E. VESÚVIO - O QUARTEL VAI À CAMPO*


Formado dentro do quartel do Corpo de Bombeiros em 02 de dezembro de 1974, o Grêmio Recreativo Social e Esportivo Vesúvio foi fruto do sonho do Major Eduardo Ribeiro Filho e teve como Presidente de honra o Coronel da PM Yêdo Bittencourt da Silva, suas cores eram a mesma da corporação, o vermelho e o branco.

O jornal “A Notícia” de 31 de dezembro de 1974 (p. 8) registrou a posse da diretoria do clube, que teve o comando do Major Eduardo e a vice-presidência a cargo do médico Édson Coelho dos Santos, ex- presidente do Americano e do Municipal. No mesmo jornal, o Major declarou: “O Vesúvio chegou para revolucionar o futebol campista”

Diferentemente dos times do Tiradentes (CE, DF, PI, PA e Niterói), que se originaram na Polícia Militar e mais recentemente do Dom Pedro II do Distrito Federal, este oriundo também do Corpo de Bombeiros, o Vesúvio abrigaria desde o início militares e civis.

O primeiro jogo foi realizado na noite do dia 24 de janeiro de 1975 na cidade vizinha de São João da Barra, na abertura do Torneio de Verão, onde venceu por 1 x 0 o time do Americano.

Neste Torneio, o Vesúvio ficou com o vice-campeonato, perdendo a final para o time do Cambaíba, que levou o Troféu Coronel Evaristo Antônio Brandão Siqueira, então comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Quando o Major Ribeiro foi transferido para o Rio de Janeiro, houve uma reunião em 12 de dezembro de 1975 e nesta ninguém se prontificou em assumir o comando do clube, que assim encerrou as suas atividades.
 
 
 
* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).