O Esporte Clube São José foi,
juntamente com o Sapucaia, o time de usina com mais destaque no cenário
futebolístico de Campos, fundado por trabalhadores da Usina São José, do
Distrito de Goytacazes, que se localiza à 11 km do centro da cidade, em 28 de
janeiro de 1938.
A sua primeira diretoria foi composta por Álvaro Barcelos
Coutinho (presidente), Adahyl Bastos Tavares (vice-presidente), Antônio Ribeiro
do Rosário, Cleveland Cardoso (1º secretário), José Antônio de Carvalho (2º
secretário), Francisco Azevedo (1º tesoureiro), Thieres Gomes de Azevedo (2º
tesoureiro), Aluísio Maciel (diretor de esportes), Antônio Pereira Nunes
(orador).
O time jogou como equipe avulsa,
isto é, time não filiado à liga e que participava apenas de torneios locais até
1944, quando fez sua inscrição na LCD, iniciando aí suas atividades nos
campeonatos oficiais organizados pela entidade.
Contando com grande apoio do Sr.
Gonçalo Vasconcelos, um dos sócios da usina na época, que cedeu um amplo
terreno para a construção da sede social, do campo e de demais dependências,
como quadras de tênis, vôlei, basquete e piscina. Além das atividades
esportivas, o clube se destacava na área social com a realização de animadas
festas e grandes bailes. Diante de toda esta excelente estrutura o clube ganhou
o apelido de Colosso ou Milionários de Goytacazes.
O campo foi batizado
de Estádio da Vitória e sua inauguração se deu no dia 8 de maio de 1945,
coincidente com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Período difícil aquele
superado pelo clube que, aliás, adotou essa data como a oficial da fundação do
clube.
O campeonato perdido para o Rio Branco em 1948 mexeu com o
emocional de todos, já que o time da baixada contava com a melhor equipe
daquela época e por isso afetou o rendimento do São José nos campeonatos
seguintes, pois visivelmente não rendeu o que todos sabiam que o time poderia
render.
Em 1952, no primeiro campeonato campista oficialmente
profissional, o time mais maduro e com alguns reforços foi para a decisão
contra o mesmo Rio Branco, algoz de 48, o jogo foi realizado no campo do rival
na Avenida Sete e encarado como uma verdadeira revanche, mas dessa vez o título
foi para o clube da baixada, com uma vitória de 4 x 2, o que extasiou jogadores
dirigentes e torcedores do São José, que com o título inédito enfim consolidado
promoveu grandes festejos, começando por um desfile de carros de boi no
Boulevard Francisco de Paula Carneiro, fato nunca antes visto no centro da
cidade.
A equipe que levantou o título de 52 era formada por
Waltinho, Custódio e Altivino. Hugo, Ilmo e Geraldo. Basílio, Orlando, Heraldo
II, Amaro Barbosa e Soares.
Passaram pela presidência do clube nomes como o de Álvaro
Barbosa Coutinho, Itamar Almirante Dias, Saturnino Monteiro Filho, Cid Pinto de
Andrade, Ary Bráulio Machado, José Gonçalves e Silva, Heraldo Monteiro da Mota,
João Antônio Pessanha, Norberto Siqueira Barreto.
Pelo São José se
apresentaram inúmeros craques, com destaque para Tom Mix, Bóia, Chico, Odílio,
Índio, Hugo Soares, Santana, Ailton, Aires, César entre muitos outros.
Depois de algum tempo desativada a usina São José retomou
parte de suas atividades como uma cooperativa, financiada pelo FUNDECAM (Fundo
de Desenvolvimento de Campos) e o time ainda existe e é uma das forças do
futebol amador da cidade, mas não tem mais qualquer vínculo com a usina, que
inclusive não permite mais os jogos do clube em seu antigo campo, que é
propriedade da usina.
* Fragmento do livro "No País do
Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes
(Agbook, 2010. - www.agbook.com.br)
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