quinta-feira, 10 de julho de 2014

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (10) PARAÍSO FUTEBOL CLUBE – TÓCOS TAMBÉM TEM HISTÓRIA



   Dos clubes oriundos de usinas, o Paraíso é considerado o mais antigo, apesar de que o São João ter sido fundado 23 dias antes, mas não disputava campeonatos oficiais. O Paraíso Futebol Clube foi fundado em 17 de julho de 1917 por Domingos Monteiro, Amaro Monteiro, Helvécio Peixoto, Ezequiel Manhães, José Manhães da Silva, Manoel Monteiro e Miguel Rinaldi (este escolhido para ser o primeiro presidente do clube), funcionários da usina Paraíso, no distrito de Tocos, distante 21 km do centro de Campos.

   O Paraíso jogou até o ano de 1951, torneios de menor importância, promovidos pela Liga Campista de Desportos, passando somente neste ano a participar do campeonato campista.
Seu estádio, erguido em propriedades pertencentes à Usina Paraíso se chamava Roberto Codray, mas teve o seu nome alterado mais tarde para Benedito Silveira Coutinho, um dos sócios da empresa e que junto com o Sr. Osvaldo Gomes foram incansáveis na luta em prol do clube.

   Com medidas oficiais, o Estádio possui três vestiários azulejados, com acesso subterrâneo ao campo, cabines de rádio, dormitório para jogadores e uma pequena tribuna de honra, onde a cúpula da usina assistia aos grandes jogos, recebendo ali seus convidados.

   A inauguração da praça de esportes, deu-se em 17 de agosto de 1958 em um jogo visto por mais de mil pessoas (a maioria parentes de jogadores e funcionários da usina), entre a equipe do Paraíso e o Goytacaz, valendo pelo campeonato campista daquele ano, e o time da casa venceu pelo placar de 1 x  0, tendo acontecido após a partida uma grande festa da “família toquense”, que alegrou desde a casa grande da usina até a residência mais humilde.
Pelo Paraíso passaram craques do quilate de Manoel Monteiro, Edir, Lulu, Carioca, Helvécio, Osmário Soares, Niniu, Baú, Nilo, Diniz, Cidoreco, Devaldo, entre outros.

   Apesar de não ter conquistado nenhum título de expressão, somente o torneio Otávio Pinto Guimarães, em 14 de novembro de 1975, quando participou junto com Cambaíba, Rio Branco e Goytacaz, e ter ficado por duas vezes com o vice-campeonato campista (1958 e 1976), o clube de Tocos sempre contou com fortes equipes.

   Deixaram marcados os seus nomes na história do Paraíso os presidentes Miguel Rinaldi, 
Demerval Pacheco, Manoel Porfírio Soares, Amadeu Correa, José Manhães, Anacleto de Souza Ferreira, Liberato Nunes, Jorge Rodrigues do Nascimento, Amaro Balthazar Filho e Amaro Martins de Oliveira. 


   O clube ainda resiste ao tempo, apenas como clube amador, porém, filiado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, o que permite sonhar em retornar aos campeonatos profissionais. Recebe irrestrito apoio da Usina Paraíso, que permanece nas mãos da família Coutinho, sendo dirigida por Geraldo S. Coutinho, filho de Benedito, cujo nome batiza o estádio e por seu filho André H. Coutinho, que é o presidente do clube.

* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).


Um comentário:

  1. amigo tem informaçõs ai que acho q estao erradas,
    entra em contato comigo pelo face: Leonardo Silva ou Liga Campista

    ResponderExcluir