quinta-feira, 26 de junho de 2014

FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (09) ITATIAIA A.C. - O CLUBE DA SERRA




Oriundo de uma dissidência do Clube Esportivo Rio Branco, o Itatiaia foi fundado em 29 de janeiro de 1931, por Hélvio Bacelar, Ângelo de Queiroz, Herval Bacelar, Chaquib Bichara, Adir Nascife, Luís Reis Nunes e João Laurindo, suas cores eram vermelho, azul e branco.  O clube foi apelidado de “Clube da serra”, por causa de seu nome ser o mesmo de uma cidade da região serrana do Estado do Rio. 

Teve sua sede no prédio da firma “Aos 12 Bilhares”, na Rua Direita, hoje Boulevard Francisco de Paula Carneiro e foi, também, um dos pioneiros do basquetebol na cidade, teve seu campo no início da Rua do Gás que, posteriormente, seria utilizado pelo Goytacaz..

Conquistou o Torneio Início em 1937, no campo do Industrial, na Lapa; e de suas fileiras saiu o jogador Cliveraldo que, por muito tempo foi titular do Clube de Regatas do Flamengo. O clube encerrou suas atividades após uma derrota histórica, pelo elástico placar 17 x 0 para o Americano e ainda um incêndio em sua sede, durante a realização de um baile.





* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes. (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O FUTEBOL CAMPISTA E OS CLUBES QUE A BOLA ESQUECEU (08) - SPORT CLUB ALIANÇA: O SHOW DO GRANDE TRI-CAMPEÃO*




Na Usina do Queimado, que hoje integra a área urbana da cidade de Campos dos Goytacazes, interior fluminense, mas que já foi considerada zona rural, pois se localiza há três quilômetros do centro, um grupo de funcionários que sempre se reuniam nas horas de folga para jogarem futebol, nasceu à idéia de se formar um clube, para se filiar à Liga Campista de Desportos e assim, a equipe local se fazer presente nos campeonatos promovidos por essa entidade.

Liderados por Laudelino Batista e Antônio da Silva Sá, que respectivamente foram os primeiros presidente e vice do clube, procuraram os irmãos Julião e Inácio Nogueira, proprietários da usina e grandes admiradores dos esportes em geral, que aprovaram a iniciativa, e não só autorizaram a criação do time, como também colaboraram em muito para o seu desenvolvimento.




Em reunião secretariada pelo jornalista e maestro Prisco de Almeida, ocorrida no pátio da usina, no dia 24 de abril de 1932, data oficial de fundação do clube, ficou definido que o clube se chamaria Sport Club Aliança (apesar do mesmo nome, não pode ser confundido com o Aliança Futebol Clube, o segundo clube fundado na cidade de Campos, em 1912) e as cores foram inspiradas no ambiente que os cercavam: o verde dos canaviais e o branco do açúcar.

A primeira partida do Aliança foi disputada no mesmo dia de sua fundação o adversário foi o Industrial. A partida terminou empatada em 1 a 1 e aconteceu no antigo campo do Goytacaz, quando o mesmo ainda ficava no bairro da Lapa.

Contando com um bom complexo esportivo, composto por dois campos de futebol, quadras de vôlei, basquete e tênis, o Aliança, alcançou o seu apogeu com apenas cinco anos de existência, quando conquistou o tri-campeonato campista nos anos de 1937/38/39 e, logo depois, também de forma meteórica, desapareceu, não chegando a era do futebol profissional de Campos.

Apesar de seus poucos anos de vida, o Aliança foi uma das forças futebolísticas da cidade em sua época, sendo até difícil de imaginar como uma equipe vitoriosa e com o suporte de uma empresa como a Usina do Queimado, na fase áurea da cana de açúcar, tenha desaparecido tão precocemente.





Vários jogadores de destaque tiveram passagem pelo clube, nomes como: Cláudio, Carbono, Lessa, Vicente, Rebite, Irineu, Evaldo Freitas, entre outros. Foi também de seus quadros, que saiu o grande jogador Lelé, titular absoluto do Vasco da Gama, que na década de 40, conquistou vários títulos, entre eles o campeonato sul americano de 1946 e entrou para a história conhecido como o “Expresso da Vitória”.




Hoje o local já não apresenta mais as paisagens dos vastos canaviais de outrora, que perderam espaço para a construção de novos bairros, em nome do progresso, do desenvolvimento e da ganância dos homens. Mas o prédio da velha usina, inaugurada em seis de agosto de 1880, ainda permanece de pé, imponente, apesar de há muito desativado, tendo seu espaço físico usado, eventualmente, como casa de shows e boate, mas ainda marca na memória de muitos, que viveram os anos dourados do futebol de Campos, uma época que não volta mais.




* Fragmento do livro "No País do Futebol, Cidade sem Memória: A História Futebolística de Campos dos Goytacazes (Agbook, 2010. - www.agbook.com.br).